Tem Moral ou Ética? Crise de valores na sociedade portuguesa?
- Rafaela mais do que astrologia
- 9 de ago. de 2021
- 6 min de leitura
Qual o efeito da moral nas nossas vidas?
A moral é boa ou má?
Moral realidade coletiva?
Ética realidade pessoal?

Acontecimentos recentes, em diferentes sectores da vida nacional, noticias perturbadoras sobre ações politicas, atitudes de concidadãos (a casa dos horrores em Aveiro, homicídios de familiares, por exemplo), suspeição e dúvida relativamente a muitas instituições nacionais, figuras nacionais habitualmente consideradas acima de qualquer suspeita, leis aprovadas pelo governo anti constitucionais, com isto tudo deparo me com a dúvida de que existe uma crise de valores na sociedade portuguesa?
Tem moral ou Ética?
A palavra moral vai muito mais além do que um sentido ou uma forma. Ela diz respeito a um conjunto de regras, normas, dogmas, cultura, educação, tradição e tem muito a ver com o cotidiano e Educação de cada um . Não conseguiremos jamais fugir da moral, pois ela está intrinsecamente ligada à Educação que rebemos.
A moral, do latim “Morales” (costumes) é, na realidade, a definição de regras que regulam o modo de agir das pessoas, sim, pois é daí que retiramos os “bons costumes”, as “boas pessoas”, a decência, a ordem e até o “progresso”.
A moral, enquanto normas, representa sem as palavras, ou seja, não precisa de se dizer para que a moral se manifeste, pois através de uma simples ação, seja ela qual for, descrevemos se a pessoa é moral ou imoral. Aqui cabe uma explicação sobre imoral, ou seja, alguém que quebrou ou infringiu a moral.
Somos seres moralistas nos pensamentos e ações, pois ao julgarmos as pessoas ou a nós mesmos, fazemos na maioria das vezes através da moral. Pouco ou quase nada se questiona sobre a moral, pois como descrevi acima ela vem do cotidiano e do ensino de pais e mestres e segue um padrão, ou seja; a própria lei.
Sim, a lei que rege o ser humano, coisas que são certas e que se queira ou não teremos que fazer.
A moral impõe sobre o ser humano uma carga extremamente pesada que são as leis, sejam elas estabelecidas pelo Governo, Igreja, família, grupo social, ou qualquer outro ajuntamento de humanos. É através da moral que as nossas tendências malignas e benéficas se manifestam, ou seja, o “bonzinho” e “mauzinho”, que somos nós mesmos, aparecem através da nossa moralidade ou falta dela.
MAS QUAL O EFEITO DA MORAL NAS NOSSAS VIDAS?
O maior efeito é que nos tornamos homens e mulheres de julgamentos e críticas, pois é da moral que surgem os palavrões sobre o que é certo ou errado, verdade ou mentira, realidade e fantasia.
Sim, é a moral que rege muitas ações e reações nas nossas vidas, isso acontece porque não nos damos conta da importância da moral e, sendo assim, ela nos domina e, quando menos esperamos, estamos direcionados e regidos por ela.
A moral é boa ou má?
Não existe uma resposta simples ou pronta para essa pergunta, pois sempre vai depender de como fomos educados e o quanto essa Educação pesou em nós enquanto ser moral. A moralidade é muitas vezes perversa e maléfica, ao mesmo tempo é ela que mantém a ordem e a decência entre os seres humanos.
Essa dualidade da moral nos remete a um pensamento mais filosófico do que prático, pois na prática a moral é boa, mas quando levamos para o campo do pensamento e desenvolvimento humano ela é retrógrada e enganadora, pois bloqueia o pensamento diferente e até aceitar as diferenças e os diferentes.
A moral tem em si um desejo de nos manter iguais!
“Perante a lei somos todos iguais”,
com essa frase podemos incluir todos, mas como colocar a igualdade da moral em todas as mentes?
Como fazer um perverso, ou um neurótico, um pedófilo, um violador ou mesmo um psicótico entender a moral?
A moral está sempre associada a valores e convenções que são estabelecidos coletivamente, não existe uma moral pessoal ou individual, toda moral é coletiva e se refere à cultura de uma sociedade. Ao mesmo tempo e de forma muito paranoica, ela é uma consciência individual, sim, pois toda moral “parece” ser de cada um e sem ser imposta, sendo que na realidade é algo coletivo e imposto por uma pseudossociedade que cada indivíduo cria.
Somos mais complicados e complexos do que imaginamos, pois através da moral escondemos as indecências, magoas da alma, dores profundas como a mentira, a falsidade, a inveja, a maledicência e outros males que confrontam e atormentam o ser humano.
A moral apazigua esse desejo de não saber quem somos e para onde vamos.
O ser humano criou a moral para viver em harmonia e essa mesma moral nos expõe e nos sacrifica.
São os princípios morais que determinam a moral de uma pessoa, ou seja, a honestidade, bondade, respeito, virtude, entre outros são valores universais que regem a conduta humana, porém, como medir de forma real, sensata e clara esses fundamentos?
Quem tem o poder de julgar esses princípios? A moral?
Criamos então essa falsa sensação de vida saudável e harmoniosa para quem vive na moral.
Mas a moral é real?
Somos mesmo o que dizemos que somos?
E, no fundo de nós mesmos, quem somos?
O contrário de moral é imoral, porém, temos também os “amorais”, ou seja, o “a” representando ausência de moral. Esses são aqueles e aquelas que não contemplam o conhecimento ou noção do que seja moral.
Por exemplo, uma criança recém-nascida é amoral, uma pessoa sem “juízo” ou com algum distúrbio mental é considerado amoral, então, podemos afirmar que a moral é algo que foi feita pela “razão” humana e segue as regras dessa “razão”, concorda?.
Não é algo instituído por Deus ou qualquer outra entidade, é algo feito pelas mentes humanas e que tem como objetivo moralizar as mentes humanas.
A moral não é, então, uma regra espiritual, mas sim normas humanas com conceitos e preceitos humanos.
ENTÃO, A MORAL PODE SER QUESTIONADA? MODIFICADA? COMO?
Não podemos fugir destas questões, pois é a moral que tem se apoderado das pessoas e não as pessoas da moral. São os homens que regem as vontades e não a moral. São os seres, e não a moral, que devem ser avaliados, pois a cada passo que damos somos confrontados com o que fazer com o ser antes da moral que ele mesmo criou para si. São os comportamentos, ações e reações que devem ser questionados, e não a moral em si.
Creio que se pode, então, inserir a palavra ética, pois é nela que poderemos colocar, quem sabe, uma nova luz sobre a moral. A ética é aquilo que vem do caráter ou do costume superior “Ethos”. A ética é o exame que fazemos dos hábitos da espécie humana nas áreas de antropologia, psicologia, sociologia, economia, pedagogia, política, fé, educação, dialética e na astrologia.
É aí que se deve, na minha opinião fixar os desejos de mudança da moral que tanto nos impede de ser quem somos.
É a ética que diz se sou ou não quem eu digo que sou.
É na ética que espelhamos nós mesmos.
É na ética que descrevemos e inscrevemos nós em nós mesmos.
É a ética que não julga a si mesmo, mas esclarece de onde viemos e quem somos.
É a ética que cria o senso de ser e não de ter.
É a ética que sensibiliza a forma de agir e pensar sobre si mesmo e o outro.
É a ética que leva a um bom caráter, uma boa decência, um bom agir.
É a ética que auxilia no aprendizado, entendimento e compreensão da vida, enquanto modelo para a natureza e o bem-estar do planeta.
É a ética que tira de ser refém da moral e duas artimanhas.
SERÁ QUE A MORAL E A ÉTICA CAMINHAM JUNTOS?
Será que existe um Deus da moral e um Deus da ética? Qual seguiria?
A moral e a ética estão para o ser humano como o céu está para o sol, ou seja, um depende do outro.
O primeiro é da ordem da imensidão e do coletivo, e o segundo diz respeito à individualidade.
Nessa metáfora pode se entender que a moral é o céu com todas suas complexidades, porém, seguindo um ritual de normalidade dentro de um coletivo. A ética é o sol que brilha e mantém o céu organizado. Sim, a individuação do ser é como o brilho do sol.
Não existe moral sem ética e muito menos ética sem moral, ou isso é na realidade uma linha para justificar o não desejo de seguir as moralidades existentes no mundo que vivemos?
E você? É moralista (moral) ou ético?
Universidade da Vida - Rafaela Astro Coach
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